PROPOSTA:
Durante a residência artística Barda del Desierto, edição de janeiro de 2014, a proposta foi a de intervir no deserto, pensando a partir dele. Com este vídeo-performance “Limiar”, falo sobre a Ação Suspensa. Ora, toda ação dá-se no tempo, e, no caso desta obra, foi o tempo do deserto que definiu a ação. O momento estendido da indecisão.
Naquele deserto, sente-se o contraste do tédio que a imobilidade e o calor causam, com a fala (ou canto) do vento, o seu movimento, ou, ao seu efeito de existência do tempo. Na performance, apenas o vento suspira. A performer integra-se ao tempo suspenso do deserto.
Em “Limiar”, falo sobre o momento que antecede a ação, como um cair ou morder da maçã que está equilibrada na testa da performer, que nunca ocorrem. Além disso, busco provocar uma reflexão sobre o modo de sentir o tempo. Abordo o momento repleto de possibilidades de ações que existem apenas como latência, tentando ampliar a sensação do tempo ali presente, assim, provocando uma frustração aos sentidos contemporâneos habituados ao tempo que passa atropelando. Um convite à suspensão.
LIMIAR - Ação Suspensa
A indecisão
A flecha que não chega, a gravidade que não age, a mordida que não abocanha
Ação suspensa, vazio
O ímpeto do calor sobre o corpo imóvel entre espinhos no deserto.
Imóvel
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