modelo: Mariana França
domingo, 31 de janeiro de 2016
derramar-se
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domingo, 24 de janeiro de 2016
Retrato que fiz de minha amiga Andressa Argenta.
Fomos ao teatro e no saguão havia esse papel de parede vermelho com uma luz linda. Pedi pra ela posar, foi muito generosa e topou. Expliquei que queria o cabelo pra cima e que ela fechasse os olhos e na expiração "deslizasse", "escoresse" pela parede devagar. Levamosmenos de 5 minutos e adorei o resultado! Obrigada Argenta, você é maravilhosa!
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voraz, o tempo devora.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
dilúvio
Quando era criança brincava que era sereia. Mas nunca soube cantar. Me comunico melhor por vias não vocais. Gostava mesmo era de mergulhar. Sair à superfície para pegar o ar e então voltar ao mergulho. A água sempre me pareceu um ótimo lugar para ser sempre. Em meus sonhos de morte, imaginava [imagino] duas sensações as quais gostaria de ser eternamente: O Mergulho e o Boiar. Tudo que é água me comunica: Enchente.
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domingo, 17 de janeiro de 2016
sono das moscas
Açúcar, vinagre, detergente e água, foi a receita que me passaram para matar as moscas que infestavam as bananas na minha cozinha. Fiz e surgiu um belo pote de moscas que ficava na janela acima da pia, com contra-luz lindo. Tirei a foto do potinho arapuca. Para dar movimento pras moscas mortas, girei o líquido do pote e os cadáveres começaram a dançar uma ciranda, cliquei mesmo que a distância não permitisse um bom foco.
domingo, 10 de janeiro de 2016
aurora
Outro dia tirei a foto de um céu lindo na fronteira do RS com a Argentina, mais especificamente das nuvens coloridas, no momento do dia que mais gosto: o das transições. Queria usá-lo em alguma colagem, pelo menos a paleta de cores tenho certeza que vou usar em muitos trabalhos futuros.
Hoje passei o dia precisando de um céu como aquele, mas São Paulo só me ofereceu um céu cinza aborrecido. Vivi o dia apesar disso. Quando saí do banho, me joguei na cama e comecei a me espreguiçar. Achei a luz da janela tão bonita (aquela luz prateada de dias chuvosos) que rapidamente montei o tripé, ajustei o temporizador para 10 segundos e disparo contínuo. Deixei a velocidade do obturador baixa pois adoro fotos com rastros de movimento. Me espreguicei e rolei na cama, espreguiçava e rolava bem gostoso, aproveitando as sensações que aqueles movimentos propiciavam. Então passei as fotos pro computador e juntei duas fotos. No lugar do lençol eu coloquei o céu que tanto senti falta.
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
vôo
Hoje eu e mais dois fomos fotografar na Vila Itororó, em São Paulo. Lugar incrível. As texturas e camadas do abandono me enternecem. Fotografei muitas paredes, escombros e plantas, fotos que poderiam ser pinturas, tamanha a corporeidade das texturas. Porém, nada me surpreendeu mais do que encontrar esses pombos mortos naquele lugar. Foi um encontro de susto, de quem acha algo fora deste mundo: um momento de ar preso e irrealidade. Eram corpinhos tão isolados e solitários, ausentes mas presentes - como pequenos fantasmas. Cada um estava deitado em um cômodo diferente, só havia eles e as pulgas. O lugar lhes pertencia e a intrusa era eu, quase pedi desculpas por invadir daquele jeito.
Mas ao mesmo tempo era bonito. Tenho essa morbidez de me comover com a morte. Há poesia em todas as coisas, basta ver.
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